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História da Paróquia

Atualizado: 10 de mar.




A paróquia de Caconde foi fundada em 1775, quando bandeirantes que seguiam por estas terras descobriram ouro e resolveram iniciar no local uma vila, onde foi construída uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Era costume entre os bandeirantes que aquele que encontrasse ouro desse o nome ao povoado que se formasse. Desta forma os bandeirantes, muitos oriundos de Portugal, traziam consigo uma devoção especial a Nossa Senhora da Conceição, uma vez que em terras portuguesas tinha sido declarada como rainha de todo o reino.

 Esse primeiro povoado formado no Bairro Bom Sucesso tornou- se paróquia na data mencionada, tendo como padre Bueno de Azevedo e recebendo o nome de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Cabeceiras do Rio Pardo, devido a sua localização topográfica.

   A paróquia se estendia até Mogi Guaçu e arredores de Goiás, com alguns municípios de Minas Gerais como agregados.

 Com o passar dos anos e com a decadência do ouro, muitos bandeirantes resolveram partir. As  famílias que ficaram se dedicaram à agricultura e viu-se a urgência de construir uma nova capela,  uma vez que a existente se encontrava em péssimas condições. Foi então que um fazendeiro de muitas posses, o senhor Miguel da Silva Teixeira, e sua esposa  resolveram doar, em nome de Nossa Senhora da Conceição  com registro em cartório, 103 alqueires de terra, onde seria construída a nova igreja.

 A equivalência das terras, hoje, seria praticamente o tamanho do território da cidade toda. E desta forma todo o povoado migrou para o local onde foi construída a nova igreja, e aí se encontra até os dias atuais, passando a ser chamado de Caconde, devido à forte influência africana dos escravizados que aqui se instalaram. No dia 24 de dezembro de 1824, foi celebrada a primeira missa.

 A cidade se desenvolveu através da agricultura e do cultivo do café, principal fonte de renda do município, tornando-se a maior produtora de café do estado, recebendo forte influência política e econômica dos barões do café da época.

 A igreja passou por quatro grandes reformas,  acompanhando os estilos arquitetônicos de cada período histórico. A primeira igreja foi construída no estilo colonial, com duas torres e os traços geométricos mais retos. De 1917 a 1920, passou pela segunda reforma, sendo refeita em estilo gótico: foram retiradas as duas torres, ficando apenas uma central, e foram acrescentadas janelas mais pontiagudas, características deste estilo. Em 1939 voltou a ter duas torres com o topo arredondado e foi refeita em estilo barroco, com ornamentos mais detalhados tanto no interior como na fachada.  Neste período recebeu um grande lustre de cristal, que foi usado para a inauguração da energia elétrica na cidade.  Foi o primeiro a ser aceso e hoje se encontra no salão paroquial. Por fim, passou por uma última reforma e  recebeu o estilo neorromânico que segue até os dias atuais;  foi reinaugurada em 1975, quando a paróquia completou 200 anos.

 Atualmente a igreja encanta quem a visita por sua beleza arquitetônica, como poucas neste estilo no Brasil. e pela riqueza da liturgia nela celebrada. No seu interior podemos admirar três grandes telas a óleo no estilo clássico, pintadas pelo pintor cacondense Edmundo Migliaccio, renomado no Brasil e no exterior, pela perfeição de suas obras e por ministrar artes no Liceu de Belas Artes em São Paulo. As telas são Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora Imaculada Conceição, que estão nas laterais da igreja,  e o Cristo Crucificado, no fundo da ábside, atrás do altar.

 Ainda vemos a beleza dos vitrais que compõem as portas da igreja e seus belos lustres de cristal. Em um lugar de destaque encontra-se a imagem de nossa padroeira, Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso, rodeada de anjos barrocos, uma pequena imagem de madeira trazida de Portugal para a fundação da paróquia em 1775, feita em policromia; tem olhos de vidro que do alto parecem nos olhar.

 No dia 07 de dezembro de 2004, até então matriz, recebeu o título de Santuário, concedido por Dom David Dias Pimentel, bispo desta Diocese.

Nossa Paróquia possui algumas características especiais: beleza arquitetônica, dados históricos de mais de 200 anos e culto diário da Sagrada Eucaristia; estas características permitiram que nossa igreja tivesse destaque em Roma e fosse elevada a Basílica Menor, no dia 12 de agosto de 2008, sendo a segunda igreja mais importante da Diocese, atrás somente da Catedral.

 Ao adentrarmos a Basílica, vemos dois sinais que caracterizam seu título: a Umbela, pequena sombrinha semiaberta, simbolizando que estamos à sombra de Roma,  e o Tintinábulo, espécie de estandarte como os que eram levados pelas tropas romanas à frente das batalhas. Recebeu como lema “In Dominiis Tuis”, que significa “Em teus domínios”, referência a todas as terras doadas em nome de Nossa Senhora da Conceição que compõem o território da cidade de Caconde.

 Nossa Basílica recebe inúmeros peregrinos ao longo do ano, que buscam a intercessão de nossa padroeira, e relatam inúmeras graças.

 Os que peregrinarem com fé e devoção podem receber em nossa Basílica Indulgência Plenária, desde que se confessem, participem de uma celebração na Basílica e rezem na intenção do Santo Padre o Papa.

 Neste ano de 2025 a paróquia completará 250 anos de fundação e a nós, fiéis desta paróquia, fica a gratidão por tantas bênçãos e graças do céu que se estendem a todos os que visitam nossa Basílica, por intercessão de nossa tão querida Mãe,  a Virgem do Bom Sucesso.

 

 

 

 

Escrito por

Vinícius de Oliveira Barbosa.

Referencias – Livro Memórias da Cidade de Caconde – Adriano Campanhole

 
 
 

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